Notes

"O que é a vida e quem somos nós? (Continuaremos conversando 2)"

olá fique um pouco e escute! que bom te ter por aqui. como vai?

"Conversar sobre a vida é a grande obra do universo." não é mesmo? Quem conversa com você agora sou eu, Eduardo ou talvez conhecido também como Pink Freud... Mas.. e quem é você? E quem somos nós?
Você acha essa uma pergunta fácil de responder? Eu não.

Estou buscando um lugar por onde começar, mas quando paro pra prensar sobre isso, eu me volto mais cheio de perguntas do que de respostas. Mas tentemos encarar essas perguntas pra ver se no final chegamos a algum lugar.

Sou capaz imaginar um dilema logo de começo. Se você tem um pequeno barco de madeira, conhecido como mini-titanic, e numa manutenção tem que trocar uma das peças de madeira desse barquinho. Ele continua sendo ele, não? Continua sendo o mini-titanic mesmo que você troque duas, três, quatro ou cinco peças. Mas e se você trocar TODAS as peças, ele continua sendo o mini-titanic? Se não, a partir de que ponto ele passaria a ser um barco diferente? Seria depois de metade das suas peças ou enquanto ainda tiver uma peça oríginal?
Realmente é complicado, afinal você pode ter viajado várias vezes com as peças que não eram oríginais, mas que defínitivamente fazem parte do barco.

E depois de trocar todas as peças, o que acontece se você pegar todas as peças velhas e juntar de novo, qual dos dois barcos é o mi ni-titanic? E o que é o outro?

E quanto a você? Você é você no outro lado do teletranporte? Afinal de contas nossas células estão constantemente morrendo e sendo repostas, ou absorvendo nutrientes e expelindo matéria velha. Todos os atomos de nossos corpos são completamente trocados a cada 5 anos, mas você continua sendo você! Ou não? Certamente somos diferentes agora do que a cinco anos atrás, mas não trocamos de identidade por conta disso.

Você se lembra de quem você era a cinco anos atrás, o barco sente falta de alguma peça oríginal ou a peça se lembra de algo? Em outras palavras... Seus fios de cabelo que tinha a cinco anos atrás ou as coisas que pensou naquela época, dizem algo sobre você?

E quanto as muitas coisas que vivem dentro de nós, e fazem parte de nós? Afinal de contas, há mais bactérias do que células dentro de cada ser humano! Ou eu seria o dalai lama, einstein, buda, jesus, da vinci ou stephen hawking? Afinal de contas, tenho certeza de que tenho pelo menos um bilhão de átomos de cada um deles em meu corpo nesse momento, e você também.
Temos mais átomos em nosso corpos do que o número de estrelas no universo observável! Só posso concluir que sou um universo. Cada um de nós é um universo dentro de nossas cabeças.
OK, OK. Eu acho que sou humano.
Ou eu seria chuva? Bem, não sou chuva, mas e se eu beber toda a água da chuva de uma núvem, eu me transformo em chuva? Ou me transformo em núvem? Ou pra ser chuva preciso de algo a mais? Ou não importa, porque a chuva e eu somos a mesma coisa?
Somos todos poeira de estrelas, somos todos arranjos de matéria, sempre em constante movimento, uma interação aparentemente infiníta de forças causadas pela interação de grandes quantidade de coisas infinitamente minúsculas que se juntam para fazer algo grandioso: nós.

Ou isso não é grande coisa, e somos muito mais do que isso?
Afinal de contas, além de vivos, somos também humanos, somos também pessoas. E o que signífica ser uma pessoa?

Somos pessoas porque vivemos juntos, conversamos e trocamos ideias. Somos pensantes ou somos o que pensamos? Somos uma grande mistura genética, que no fim signifíca que somos todos parentes. E acho que também somos o que somos porque falamos, sentimos, vemos, ouvimos, tocamos, amamos, entendemos, lembramos, nos conhecemos e conversamos.

Hm... E se eu fizer um backup do meu código genético na nuvem da internet, serei eterno? E se guardarmos todos os nossos genomas e toda nossa história em impressionantes pequenos pedaços de duros cristais de matéria em yottabyte de informação.. Seriamos imortais? Ou estariamos apenas criando um novo universo intrinseco na magnetude da diferença escalar de tamanhos?
Vo ltemos a falar de nós. De todos nós.

Somos mão de obra? Somos automatos ou poderiamos ser substituidos por algoritmos? Somos tecnologia? Algum dia faremos a diferença?
Ou somos os conceitos formados na mente dos que interagem conosco? Ou eles são os pré-conceitos que você faz deles em sua cabeça? Você é gay e isso define você? Você precisa ser definido pela cor de sua pele, ou a maneira como você fala? As roupas que veste diz quem você é? E além disso, a interação entre pessoas deve ser baseada em um suposto conflito entre pessoas supostamente diferentes ou cada vez que conhecemos alguém não passa de um fruto do acaso, uma relação sem pretexto?
Então vale a pena perder tempo com preconceitos? Ou no fundo somos todos iguais e estamos acostumados a buscar, identificar e categorizar as mais pequenas e insiginíficantes diferenças que existem entre nós seres humanos?
Temos raças diferentes porque evoluimos de maneiras diferentes, em lugares diferentes e nos reproduzimos em ambientes difentes com pessoas diferentes. Isso não faz ninguém melhor do que ninguém, só nos faz menos parecidos, mas no fundo, somos todos iguais. É arrogancia pensar que o outro é pior do que você, ou não tem problemas graves como os seus.

Bem, voltando a falar de DNA, afinal de contas é a receita de cada um de nós. Todos somos metade mãe e metade pai. O que quer dizer que somos nossos pais. Nosso filhos serão nós, ou ao menos metade de nós, e seus filhos nos farão sempre ter uma pequena versão de nós em miniatura. Filhos são o início da próxima geração, o próximo passo da raça, crias que eternalizam a linhagem! Quando vemos suas carinhas sob raios dourados é fácil lembrar que um dia fomos como eles: lindas criatura diminutas com a vida apenas começando!
Filhos são o que os pais costumavam ser. Certamente não os fazem chorar de propósito, ou sem querer deixam eles loucos!

Mas nada disso se compara com a loucura de colocar a arma na cabeça de outro e apertar o gatilho, quando se sabe que ele também é descendente de alguém. Ninguém quer morrer, ninguém quer sofrer, então porque esquecemos isso e nos destruimos tanto? Porque grupos tão grandes de gente se odeiam tanto a ponto de matarem seus semelhantes e explodir suas casas?
Eramos todos humanos até que um dia a estúpidez nos fez inventar a raça que nos distraiu, a religião que nos separou e distraiu ainda mais e a política foi então a única solução para trocar preocupações por problemas e desastres por catástrofes.
Surgiu então o dinheiro, que hoje nos classifica e define nossa felicidade.
Tem muita gente por ai, talvez você, que acha que ser feliz é ter dinheiro pra comprar o que quiser, ou se define pelos veiculos que tem, móveis e imóveis que possui ou o que ele é capaz de comprar com o que tem no banco.
Eu realmente viajo na maionese quando tento entender a cabeça do bilionário. Não consigo ver que força o faz seguir buscando mais e mais. Se eu tivesse muito dinheiro, apenas viveria tranquilo. Tenho certeza que jamáis chegaria a um bilhão, porque pra mim dinheiro não trás felicidade, mas sua falta me preocupa. Ele nos alimenta mas não é comida e não tenho certeza se o ar é mais fácil de respirar perto da fábrica.

Mas voltemos a falar de nossa vida.
Você já viu como é esse mundo? Você acha que é capaz de separar sorrisos de máscaras? Quem está livre quando se vive desse jeito? Seriam aqueles que tem o princípal papel da cela ou os poucos que estão fora da cela?

Dinheiro definitivamente não trás felicidade mas sua falta de fato nos preocupa. Nos faz pensar em termos medos, e nos prende com a promessa de que moedas compram tranquilidade.
Chega a ser difícil até pros que ansiam serem homens e mulheres simples, coisas fáceis de se amar e entender.
Se você pudesse ter muito dinheiro ou uma vida simples e despreocupada. Qual escolheria?
Mas e se pudesse ter uma vida livre pelo mundo, na selva de suas viagens, o habitat de diferentes culturas, como ficaria sua escolha?
A verdade é que somos muita coisas, mas estou errado em dizer que somos coisas fáceis de amar e entender. Somos vivos, somos pensantes. Somos os mundos que estão dentro de nossas cabeças, existimos em nossa própria maionese. Não é só o dinheiro, mas há muitas outras riquezas que nos definem, porque somos todos verbos e não coisas!
Tudo que você toca
Tudo que você vê
Tudo que você prova
Tudo o que sente
Tudo que ama
Tudo que você odeia
Em todos que você confia
Tudo que você desconfia
Tudo que você salva
Tudo que você resgata
Tudo que você dá
Tudo que você negocia
Tudo que você compra, implora, pega emprestado ou rouba
Tudo que você cria
Tudo que destrói
Tudo que você faz
Tudo o que FAZ você
E tudo que você diz
Tudo que você come
Todos que conhece
Tudo que você desconsidera
Com todos que você briga
Tudo que é agora
Tudo que já passou
Tudo que virá
Todo coração que bate
E cada um dos que tem saudade.

Mas e se usamos os verbos errados? Como se não houvesse um lado escuro da lua e na verdade ela fosse negra mas toda iluminada. Afinal de contas, algumas palavras tem duplo sentido. É como a árvore que tinha um passaro vermelho que já dizia repetidaz vezes, sempre que te via, que as vezes todos nossos pensamentos são em vão, mas acho que todos já percebemos isso: Algumas coisas não tem importancia porque estão fora do controle.
E se na verdades somos máquina? E aquilo que você sonha é, na verdade, o que alguém disse que sonhe. O que você aprende, o que você sabe, tudo não passa do que alguém quer que você saiba.

Olhe duas vezes pro que digo, escute mais rápido como mostro, preste atenção como se eu já fosse me calar e você será capaz de perceber que nem tudo é como é porque é assim que deveria ser.

Se somos máquina, bem vindo à programação do dia! Hoje não vai faltar diversão ou informação sobre o que aconteceu ontem em nenhuma mídia! Para os chefes da festa tudo está bem e você está convidado. São todos merecedores de confiança, afinal de contas, vivemos em mundos ideais com donos amáveis.
Mas chega de falar mal de governos! Voltemos a falar de nossa vida.

Então... quem é você?
Você é alguém que pensa ser melhor chegar antes e fazer o caminho mais eficiente ou o que escolhe o caminho mais bonito?
Se sim, quando foi a última vez que escolheu o trajeto que não era mais rápido, mas sim o mais agradável? Não seria parte da felicidade de estar vivo ser capaz de apreciar as paísagens urbanas, rurais ou naturais do caminho?
Não é difícil de perceber que há muitos que saem de algum lugar pra outro mas vão por ir e depois vir. Me parece que são poucos aqueles que saem a caminhar com a mente descalça ou cheia de perguntas.
O viajante feliz não é aquele que foi e voltou, mas sim aquele que viajou sem expectatívas do que veria, apenas teve sede por conta do sol e sono com vontade de sonhar com o que está no meio do caminho. Quão bonita é a ponte por onde caminha sua imaginação.

Mas... e quem somos nós? Muitos vão pelo caminho mais curto e rápido e alguns pelo mais contemplável. Somos definídos pelo lugares por onde e de onde viajamos. Mas quando corremos muito não sobra tempo pra encher nossas mochilas com bugigangas culturais que encontrarmos na beira das estradas.

Mas muitos correm e correm, sem tempo a perder. Passo a passo pra chegar mais rápido e ser o primeiro, mas correndo em circulos, até que quando começam a viver talvez seja tarde demais. Ou esperam a semana inteira pela sexta-feira, o ano inteiro pelas férias e a vida inteira pela felicidade.
Cada ano que passa parece ser mais curto do que o anterior, já percebeu?
E se você tivesse o controle do tempo e pudesse ser um deus do tempo? Pra onde iria e porque? O que mudaria em sua tomada de decisões agora?
E agora?
E agora?

E se fosse viver TODA a sua vida sem esse poder, como faz agora, o que faria?, o que faz? Há tempo sobrando para pensar sobre isso?
Enquanto isso sentimos o tempo passar, as eras passam e desaparecem.
Enquanto isso alguns dão ouvidos aos sinos de ferro maciço que levam os fiéis a ajoelharem-se pra escutar as palavras suaves de um feitiço mágico sobre como a gradiosidade humana é eterna e nossas mortes não são em vão e qualquer vida é sem sentido comparado a alguma das coisas que são pregadas como sendo o verdadeiro significado de liberdade, como se a vida fosse apenas uma espera para algo supostamente melhor, como se o universo não fosse majestoso e lindo por si só e nós não tivessemos a capacidade de escolher que caminho percorrer!
Mas conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

Mas quem somos nós?!
Pra mim somos vivos como uma expressão da aleatoriedade quantica do universo que se manifesta como livre arbítrio. Somos deuses controladores da matéria, direcionadores da entropia. Transformamos energía em verbo, movemos a matéria conforme nossas ideias e vontades, expandimos o tempo dentro de nossa imaginação, viajamos pelo espaço quando conversamos, fujimos da gravidade segundo as leis de nossas vontades e usamos a luz para ver o quão signíficante somos em um vasto universo, muito maior do que nossas atuais capacidades de entendimento, pórem muito menor do que o poder de nossa liberdade de decidir o que pode acontecer a nossa volta e conosco. Nossa vida, nossa liberdade não pertemcem a ninguém.

Existem varias probabilidades de que o mundo que conhecemos hoje acabe. Uma das possibilidades é que um grande meteoro errante nos atinja. Mas a beleza disso é que somos muito diferentes dos corpos celestes. Um corpo celeste como buraco negro não decide o que faz, ele apenas existe e obece as leis do úniverso, mas nada além disso. Por outro lado, nós, vida, escolhemos que caminho traçar. As vezes podemos ser parecidos com os buracos negros ou os meteoros errantes quando expressamos nosso poder de destruição, mas não podemos deixar de perceber que somos nós quem fazemos nossas escolhas, por mais que tenhamos que respeitar a natureza do universo, enquanto os corpos celestes apenas existem conforme as leis do universo. Existimos no universo, mas decidimos pra onde apontar nossos sentimentos, ou que vamos destruir, e nos movemos por muito mais que inércia.

Mas no fim somos todos partes de algo maior que não entendemos. "Um dia meu corpo vai desistir do esforço e vai retornar pro mundo a matéria que me faz ser. Essa galáxia de bilhões de átomos que um dia foi eu vai morrer como morrem as estrelas semeando sua matéria pelo espaço. Estes átomos que vieram a dançar em mim vão dançar em algum outro lugar. One, two, three, One, two, three, e assim por diante. Eles vão migrar pras asas de uma borboleta, a casca de uma árvore, a pluma de uma núvem ou aos pelos de uma pulga. E devo deixar aqui minha música, pra que outros a possam cantar em seus próprios caminhos".

Você já percebeu que "até mesmo as pessoas que dizem que tudo é uma grande obra pré-determinada e que não há nada que podemos fazer a respeito, também olham pros lados antes de atravessar a rua"?

Bem... O tempo está passando e é hora de ir. O tempo que tinha pra te passar está mensagem está acabando. Deixo você com as palavras de sabedoria transmitidas até mim da mente de um grande idolo através de um computador. Se ele tivesse o tempo sob seu controle e fosse um deus do tempo, tudo o que faria seria retornar ao momento em que nasceram seus filhos, porque nesses momentos, ele foi feliz.
Somos todos muito mais vivos do que imaginamos ser. Cada um de nós é muito mais fantástico do que fabulamos com contos sobre heróis e heroinas. Agora podemos não ter a capacidade de entender qual é o propósito de tudo, qual é o sentido da vida que temos. Mas a cada dia chegamos mais próximos de responder essas perguntas, não é preciso ter pressa, porque o caminho é muito bonito e temos tempo de apreciar nossa existência. Nossos filhos saberão muito mais sobre a vida do que nós se transmitirmos a eles o que sabemos pra depois aprendermos com suas aventuras. Então, tudo o que temos que fazer é ter certeza de que continuaremos conversando.

Eduardo Furtado - Pink Freud