Notes

Este trabalho possibilitou incluir a ideia do reaproveitamento do bagaço do malte em diversas receitas, com foco nos hambúrgueres veganos e até mesmo para a alimentação de equinos. Com isso, pôde-se perceber a necessidade de projetos que considerem o RBM como uma viabilidade agradável a diversos paladares.
Para se atingir uma compreensão dessa realidade, definiram-se dois objetivos específicos. O primeiro, de identificar se a ideia traz recursos que gerem lucro para as indústrias cervejeiras, que sim, os custos de compra e produção não ultrapassam nenhum ponto que já não seja estipulado por qualquer hamburgueria ou lanchonete artesanal. Pelo contrário, o REAPROVEITAMENTO, excluiu qualquer tipo de custo individual para a ''carne'', por se tratar de resíduos sólidos que comumente são descartados pelos produtores de cerveja artesanal e demais. Os custos vem dos complementos, temperos e serviços necessários para a produção das receitas. O segundo, descobrir se o público geral, incluindo veganos, carnívoros, vegetarianos, onívoros e outros, estariam dispostos a experimentar o prato principal de todo tcc. O que demandou a aplicação de um formulário com familiares e amigos da rede de autores deste trabalho. Percebeu-se uma adesão positiva ao produto, devido, principalmente, aos acompanhamentos que compõem o prato.
De fato, o mesmo também gerou algumas respostas negativas, por dúvida e falta de interesse em consumir pratos novos. Algumas pessoas, não pouparam esforços na sinceridade, e afirmaram que diante de um cardápio de estabelecimento, a preferência por pratos que já são do seu conhecido paladar, seria obvia, omitindo a possibilidade de experimentar uma nova receita proveniente do malte.
Após a realização do hambúrguer para experimento, fotos e conclusões tanto específicas de sabor e liga de massa, recorreu-se à segunda observação para alguns ingredientes, solicitando melhorar a iguaria. O procedimento consistia na produção do mesmo hambúrguer vegano, acrescentando bacon vegano e alguns molhos do tipo cítricos, ácidos ou até apimentados, e a produção de um hambúrguer tradicional, composto por cheddar, bacon, catupiry e tudo que estiver em direito, mas também com sua ''carne'' do bagaço de malte. Apesar da sede pela incrementação de picles nas duas montagens de hambúrguer, houveram pesquisas visuais, tecnológicas e paladares da presença do vegetal em conserva quando adicionado a um prato como esses. Não houve alterações significativas nas opiniões, concluindo que a inclusão deste no prato, inibiria os outros sabores. A inserção do vegetal foi negada!
Observou-se um uso também viável para o resíduo sólido, que propriamente pode ser vegano, tradicional, depende de quem irá o produzir, e como irá produzir. Isso contrariou nossa hipótese inicial de que o RBM, por exalar uma essência amarga, não seria proveitoso as potencialidades do ramo alimentício.
Como já esmiuçado em alguns pontos do trabalho, tem-se, de maneira geral, que a proposta para a indústria cervejeira, tem futuro se for de interesse para as grandes produtoras. Conversas com os autores deste projeto, apontaram a dificuldade que esses profissionais têm em confiar ou até mesmo dar a chance para ideias que explorem o incomum. Sendo logo pensado, pelos próprios autores, adentrarem no ramo produzindo e trazendo ao mercado, uma nova ideia e uma nova receita, a produção artesanal por conta própria, apenas adquirindo o resíduo por meio de fábricas de cerveja.
Em consonância com os exemplos elencados em nossas pesquisas e resultados pessoais, percebe-se um potencial criativo ainda pouco explorado neste grupo. Uma tarefa viável seria a concordância e o investimento no projeto, com intuito de crescer, agradar e conquistar os clientes com uma visão diferente de quantos pratos são possíveis criar e degustar, com elementos que jamais imaginaríamos utilizar. Obviamente, tal medida requereria dos autores certo conhecimento no trabalho direto com públicos, a agregação de valores e a necessidade de sempre estar investindo no cliente e nos projetos que um dia pensaram dar errado. ''Quem não mede, não gerencia - Joseph Juran''.
Em tempo, pretendemos servir essa e outras iguarias em nossa própria organização.
O exercício demonstraria a real eficácia da incorporação do reaproveitamento para novos pratos de cardápios.