Notes

O primeiro sinal veio de uma conversa informal com o manager.
Suho queria saber se deveria arrumar o dormitório para o ano novo, ou começar a pensar em uma brincadeira nova. Yaja time era a primeira opção, já que os maknaes não perderiam a oportunidade. Talvez compraria a quantidade de carne que eles desejassem ou até bebida alcoólica para comemorarem a passagem do ano como verdadeiros adultos faziam. Porém, assim que ouviu que teriam agendas e elas seriam separadas, seu coração sentiu uma pontada com o primeiro sinal que tanto quis ignorar. Aquele seria apenas o primeiro de uma sucessão de promoções separadas.

Suho sabia que "Miracle In December" acabaria junto com as promoções em grupo. Ele tinha consciência de que as sub-units continuariam a existir e que logo o dormitório tão cheio e barulhento seria apenas um pouco barulhento. Disfarçando a surpresa da notícia, sorriu para o manager e foi para o quarto, tentando não pensar sobre o que aconteceria em tão pouco tempo. Como EXO, foi o ano em que teve que trabalhar muito mais duro do que imaginara, mas o mesmo ano que o fez se manter mais forte e determinado. Seria difícil abrir mão do contato diário com os membros do outro grupo e de dividir as maiores risadas.

Sentiria falta de desabafar com seus hyungs, Xiumin e Luhan, que sempre o aconselharam e ouviram verdadeiramente suas reclamações, mesmo que não soubessem uma resposta imediata para seus medos ou problemas. Sentiria falta de Kris e de Lay e todos os ensaios informais na sala de estar de uma melodia qualquer que Suho poderia cantar sem medo de errar o tom ou de um rap que Kris iria dizer que estava bom. Seu pequeno Tao que ficaria muito mais confortável no país de sua língua mãe, mas que não teria Suho para recorrer aquele abraço apertado e aquele conselho bobo. E talvez mais do que isso, ele queria negar a si mesmo que não faria diferença, mas sentiria falta de Jongdae.

"Yo, hyung" ouviu uma voz lhe chamando a atenção. Suho não havia reparado que estava deitado na cama de Jongdae e não na sua, e por isso ficou confuso quando o outro lhe empurrou dali com uma risada. Suho indireitou-se sobre a cama e sorriu de volta, mas Jongdae percebeu algo estranho no outro.

"O que foi?" perguntou. Suho queria dizer com todas as palavras o que pensava, mas estupidamente respondeu a primeira coisa que veio em sua cabeça.

"Ya, não é da sua conta".

Jongdae ignorou e deitou-se ao seu lado na cama, encarando o teto branco da mesma forma com que Suho fazia há minutos atrás. Os ombros e a lateral do corpo tocavam-se de forma familiar, e Suho desejava que aquela sensação pudesse permanecer consigo por muito tempo. Ele não queria que fosse embora e desaparecesse com o passar dos dias.
Suho não queria que Jongdae fosse embora.

"Nós vamos voltar pra China" Jongdae murmurou. E Suho suspirou profundamente porque o 'nós' não se referia aos dois, mas sim a sub-unit que ele desejou não existir. As mãos de Jongdae procuraram as suas assim como elas a fizer