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2.1. O FOLCLORE NO ESTADO DE SÃO PAULO

Berço de Amadeu Amaral, Florestan Fernandes, Inezita Barroso, Mario de Andrade, dentre outros grandes folcloristas brasileiros, o estado de São Paulo tem uma grande reserva de patrimônio cultural material e imaterial, formada, sobretudo, a partir da intensa chegada de imigrantes, que vieram ao país para trabalhar nos campos e fábricas da indústria cafeeira paulista dos séculos XIX e XX. Considerando apenas sua capital, povos de mais de setenta nacionalidades participaram, direta ou indiretamente, da formação cultural do estado, tendo uma maioria significativa de trabalhadores rurais entre seus agentes criadores.

Esses saberes, fazeres e falares formam a nossa tradição folclórica, a parte não material do nosso patrimônio, que de acordo com Londres (2001, p. 70):

[...] é tudo que criamos, valorizamos e queremos preservar: são os monumentos e obras de arte, e também festas, músicas e danças, os folguedos e as comidas, os saberes, fazeres e falares. Tudo enfim que produzimos com as mãos, as ideias e a fantasia.

Com grandes obras arquitetônicas e esculturais, o patrimônio cultural material paulista é visível em seus cartões-postais. Por outro lado, os bens culturais de natureza imaterial são mais subjetivos, difundem-se por meio do folclore e acompanham processos históricos. Infelizmente, mesmo multifacetada, quando explorada, a cultura regional paulista ainda é vista como se fosse exclusivamente ‘caipira’. E, embora haja predominância dessa cultura sertaneja, as regiões interioranas de São Paulo também constituem-se de manifestações culturais de outras origens.

Além disso, há uma desvalorização desses bens imateriais de São Paulo. Segundo Amaral (1948, apud TAVARES DE LIMA, 1962), poucos intelectuais e artistas voltaram-se para o folclore paulista. Para o folclorista, eles acreditavam que o folclore só subsistia no Nordeste, especialmente na Bahia e em Pernambuco.

Amadeu Amaral (1921) também reforça que a literatura sobre o assunto é insuficiente:

Os estudos de folclore estão apenas em início entre nós. O material recolhido - sem se desconhecer o muito que fizeram Sílvio Romero, Melo Morais e alguns outros, é escasso, é deficiente, não oferece, em geral, garantias bastantes de fidelidade. Se esta é a verdade quanto ao Brasil em geral, no Estado de S. Paulo, então, o caso é incomparavelmente pior. Quase nada existe nesta ordem de estudos. Só ultimamente apareceram algumas contribuições, muito valiosas, mas indiretas, através de artigos e contos de Cornélio Pires, Monteiro Lobato, Valdomiro Silveira, Leôncio de Oliveira, assim como através dos versos do mesmo Cornélio Pires e de Paulo Setúbal. Alberto Faria, em Campinas, colheu e estudou, com perspicácia erudita, preciosos materiais destacados.

Apesar da historiografia escassa, o folclore paulista é rico e ultrapassa os limites culturais dos regionalismos sertanejos. Além da influência do catolicismo, presente nas festividades religiosas espalhadas pelo estado (Festa do Divino e suas cavalhadas, Festa de São Benedito, Festa Nossa Senhora do Rosário etc.) ou tipicamente regionais (Festa da Carpição de Nossa Senhora, em Guarulhos; Festa de São Jorge, em Tatuí; e Festa de Santa Cruz, em Carapicuíba), há também folguedos indígenas (Caiapó, popular entre índios que habitavam o noroeste paulista) e, claro, atos folclóricos de herança africana, sobretudo as danças (Congadas e Moçambiques).

Essa diversidade é comprovada nos encontros promovidos pelo Festival do Folclore de Olímpia. Em sua edição mais recente, oito grupos folclóricos do estado de São Paulo se uniram às 19 companhias de Olímpia para representar a cultura paulista. Foram eles: a comitiva alegriense Congada Terno de Sainha Irmãos Paiva; Congada Três Colinas, de Franca; o Grupo Samba Lenço, de Mauá; a Associação Folclórica Reisado Sergipano e Bumba Meu Boi, do Guarujá; Grupo de Fandango de Tamanco Cuitelo, de Ribeirão Grande; o taubateano União Folclorista São Benedito do Belém; Grupo Moçambique de São Benedito Azul e Branco, de Guaratinguetá; e o lorenense Grupo Folclórico e Religioso Moçambique de São Benedito (FESTIVAL DO FOLCLORE DE OLÍMPIA-SP, 2017).
     
 
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